sexta-feira, março 31, 2006

CO-INCINERAÇÃO: ESCOLHA DE CIMENTEIRAS FOI UM PROCESSO NEBULOSO

O presidente do conselho regional do Centro da Ordem dos Médicos criticou quinta-feira à noite em Coimbra o processo de escolha dos locais para fazer a queima de resíduos perigosos, considerando-o "profundamente nebuloso".

"A selecção dos locais para fazer a co-incineração foi um processo profundamente nebuloso. Afinal, nunca foram explicadas as verdadeiras razões para es colher Souselas e o Outão. Houve claramente uma decisão política", frisou José Manuel Silva num colóquio/debate sobre "Saúde e Gestão de Resíduos", no auditório da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

Ao intervirem na sessão, os representantes das cimenteiras Cimpor e Secil afirmaram que as respectivas empresas não foram contactadas pelo governo no processo de escolha das unidades de Souselas e Outão para fazer a co-incineração de resíduos industriais perigosos.

"Não fomos contactados pelo governo relativamente a este processo, que estamos convencidos que é seguro. Quando formos, na altura, tomaremos a posição que acharmos correcta", afirmou Carlos Abreu, da Secil, enquanto Teresa Murta Martins, da Cimpor, garantiu igualmente que esta cimenteira não foi auscultada pelo executivo.

Ao encerrar a iniciativa, em que desempenhou a função de moderador, José Manuel Silva manifestou perplexidade por o governo ter "imposto a co-incineração às cimenteiras sem as ouvir".

Esta foi uma das questões levantadas durante o debate, assim como os primeiros dados do estudo epidemiológico SaúdeCentro 2005, que revelou uma prevalência superior de certas patologias em Souselas e Maceira.

"O estudo epidemiológico, feito com uma amostra enorme, é completamente alarmante", salientou, na assistência, uma médica, enquanto Carlos Abreu se insurgiu por os primeiros dados terem sido revelados na Internet antes da conclusão do trabalho.

"É um assunto tão delicado que não se pode assustar as populações", argumentou o quadro da Secil.

Após críticas dirigidas à Cimpor pelo ambientalista João Gabriel Silva, acusando-a, nomeadamente, de "animosidade para com a população de Souselas, falta de transparência e pouca abertura", Teresa Murta Martins expressou a "total abertura" da empresa para criar uma comissão de acompanhamento da unidade instala da nesta freguesia de Coimbra.

Rui Berkemeier, da Quercus, outro dos oradores convidados, lamentou a extinção do Instituto de Resíduos, considerando que a medida "não faz sentido" e que o organismo dava visibilidade à problemática dos lixos.

Carlos Oliveira, da Cimpor, e António Morais, da Administração Regional de Saúde do Centro, foram outros dos oradores no colóquio/debate, que contou com uma assistência reduzida.

A iniciativa foi organizada pelo Conselho da Cidade de Coimbra e associações Pró Urbe e República do Direito.

quinta-feira, março 30, 2006

ASSIM VÃO OS IMPOSTOS EM PORTUGAL

" O indicador analisado pela OCDE no estudo ontem divulgado, mede a relação entre o salário bruto de um trabalhador médio e o salário líquido (depois de descontados os impostos), e mostra que em Portugal 32,6 por cento do salário bruto é canalizado para impostos – no conjunto de descontos para o Fisco e para a Segurança Social feitos pelos trabalhadores e pela entidade empregadora.

O relatório indica que, ao contrário da tendência que se verificou na OCDE, o número de escalões do IRS em Portugal aumentou de quatro para seis entre 1996 e 2002, uma alteração que beneficiou principalmente os contribuintes dos escalões extremos de rendimentos – mais baixos e mais altos.

A OCDE destaca que a dedução específica para cada contribuinte casado é menor do que a aplicável a um contribuinte não casado."

Esta notícia pode ser óptima para a propaganda do Governo e do Partido que o apoia, pode iludir muitas pessoas que a terão lida, mas caro amigo pense no que paga em impostos directos e no aumento dos productos de 1ª necessidade e transportes devido apo aumento desses mesmos impostos tais como o IVA e os sobre os combustíveis. De seguida veja quanto ganha e Portugal, faça as contas e tire as conclusões.

ASSIM VAI A CORRUPÇÃO EM PORTUGAL

No total, a Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) da Polícia Judiciária levou a Tribunal 314 inquéritos em 2005, a maioria dos quais relacionados com crimes de corrupção, branqueamento e infracções económico-financeiras.

Ao nível nacional, a PJ iniciou 6976 inquéritos desde 2002, sendo 1251 relativos à corrupção e 5725 relativos ao restante conjunto de crimes económicos e financeiros.

Segundo um estudo de âmbito nacional realizado pela DCICCEF, relativamente aos inquéritos em investigação e investigados ao longo dos últimos quatro anos por áreas sociais, todos os dados permitem concluir que é na área da Administração Local que surgem mais fenómenos de corrupção. Actualmente as autarquias representam 42 por cento dos inquéritos em investigação por corrupção.

A área das forças de segurança aparece, por outro lado, em todos os anos do estudo em segundo lugar, atingindo 15 por cento.

No terceiro bloco aparece um conjunto de actividades que, englobam “entidades com vocação rodoviária”, “administração central”, “actividades de saúde” e “justiça”.

Curiosamente a Administração Fiscal, o desporto (particularmente os clubes de futebol) e as entidades de solidariedade social surgem num último bloco representando, respectivamente quatro, dois e um por cento do total de inquéritos abertos por crimes de corrupção.

São as denúncias anónimas, a principal fonte de investigação para os crimes de corrupção. Em 2005 elas estiveram na origem de 116 participações investigadas. As denúncias particulares representaram 101 participações investigadas e, apenas oito casos, foram directamente investigados por notícias que saíram na Imprensa.

Estes números surgem no primeiro estudo realizado a nível nacional sobre corrupção, com recurso aos dados que constam no Sistema Integrado de Informação Criminal (SIIC).

terça-feira, março 28, 2006

ATÉ QUANDO AS AUTORIDADES ADMITEM SITUAÇÕES COMO ESTA?

A Ribeira dos Milagres, afluente do rio Lis, foi alvo ao início da madrugada de hoje de um despejo de efluentes suinícolas, situação que se manteve durante duas horas, disse fonte da Comissão de Ambiente e Defesa daquela ribeira.

José Carlos Faria disse à Lusa que a situação foi detectada "cerca da 00:30" e apontava para "uma grande descarga, devido ao cheiro da água e à espuma que se via".

"Chamámos a GNR para ver a situação", acrescentou este elemento da Comissão de Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres, frisando que "cerca das três da manhã a ribeira voltou ao caudal normal".

"Foi uma enxurrada, mais um despejo que uma grande descarga", admitiu.

A Ribeira dos Milagres tem sido palco, ao longo dos últimos anos, de grandes descargas de efluentes suinícolas, situação que se espera fique resolvida no âmbito do projecto de despoluição da bacia hidrográfica do rio Lis.

Na zona de Leiria, existe um efectivo de cerca de 400 mil suínos, que produzem efluentes equivalentes aos produzidos por 1,2 milhões de pessoas.

sexta-feira, março 24, 2006

Curiosidades das Nossas Repartições Públicas

De entre os muitos mails que recebo com histórias ou factos passados neste País não resisto a dar a conhecer o que se segue:



Assunto: Registo Civil de Beja

O Registo Civil de Beja recebeu o seguinte requerimento:

Beja, 5 de Fevereiro de 2006.

Eu, Maria José Pau, gostaria de saber da possibilidade de se abolir o sobrenome Pau, do meu nome, já que a presença do Pau me tem deixado embaraçada em várias situações.Desde já agradeço a atenção despendida.

Peço deferimento,

Maria José Pau.

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Em resposta, recebeu a seguinte mensagem:

Cara Senhora Pau:

Sobre a sua solicitação da remoção do Pau, gostaríamos de lhe dizer que a nova legislação permite a remoção do Pau, mas o processo é complicado e moroso. Se o Pau tiver sido adquirido após o casamento, a remoção é mais fácil, pois, afinal de contas, ninguém é obrigado a usar o Pau do cônjuge se não quiser.

Se o Pau for do seu pai, torna-se mais difícil, pois o Pau a que nos referimos é de família e tem sido utilizado há várias gerações. Se a senhora tiver irmãos ou irmãs, a remoção do Pau torná-la-ia diferente do resto da família. Cortar o Pau do seu pai pode ser algo muito desagradável para ele.

Outro senão está no facto do seu nome conter apenas nomes próprios, e poderá ficar esquisito, caso não haja nada para colocar no lugar do Pau.
Isto sem mencionar que as pessoas estranharão muito ao saber que a senhora não possui mais o Pau do seu marido.

Uma opção viável seria a troca da ordem dos nomes. Se a senhora colocar oPau na frente da Maria e atrás do José, o Pau pode ser escondido, pois poderia assinar o seu nome como "Maria P. José".

A nossa opinião é a de que o preconceito contra este nome já acabou há muito tempo e visto que a senhora já usou o Pau do seu marido por tanto tempo, não custa nada usá-lo um pouco mais. Eu mesmo possuo Pau, sempre o usei e muito poucas vezes o Pau me causou embaraços.

Atenciosamente,

Bernardo Romeu Pau GrossoRegisto Civil de Beja

15/02/2006

quarta-feira, março 22, 2006

MAIS UMA DO DR. ALBERTO JOÃO JARDIM

Ouvi hoje uma notícia num dos noticiários televisivos que me deixou completamente abismado.
O Presidente do Governo Regional da Madeira, resolveu que o 25 de Abril não seria oficialmente comemorado na Madeira. Considera o dito Dr, que é para evitar as manifestações da "brigada do reumático" da oposição.

Apetece-me perguntar se o Sr Dr. não faz parte dessa "brigada" pois pode ja ser considerado um "dinossauro" do Governo da Madeira pois já perdi a conta dos anos que ocupa esse lugar e foi graças a esse 25 de Abril que agora critica que conseguio chega ao local que ocupa.

Será que, depois de tantas posições contra o Governo da República, ofensas ao povo português e muito especialmente aos continentais como chamar-lhes "cubanos", O PSD Nacional, o Primeiro Ministro e o Sr, Presidente da República não conseguem pôr fim a estes procedimentos do Dr. Alberto João, pois é triste assistir-mos a uma ditadura local dentro de uma democracia pela qual muitos lutaram e sofreram independentemente do que os separavam ideológicamente.

É CÓMICO, MAS É.......TRISTE QUE ACONTEÇA

A Junta de Freguesia do Rochoso, na Guarda, tem uma dívida à Portugal Telecom de 50 mil euros em chamadas para números eróticos. Nem terrenos oferecidos à penhora são suficientes para pagar a dívida.
O caso já foi julgado e a Junta de Freguesia foi condenada a pagar as chamadas realizadas pelo telefone de serviço.

Ao que tudo indica, terá sido um anterior presidente da Junta o autor das chamadas de valor acrescentado para linhas de cariz sexual. O autarca tinha tomado posse há apenas dois meses e meio quando se descobriram as contas de telefone. Demitindo-se do cargo, foi o actual executivo da Junta que ficou com o encargo.

Como a Junta de Freguesia sempre se recusou a pagar, alegando falta de verbas, o Tribunal decretou a penhora dos terrenos.

Os três terrenos penhorados para cobrir a dívida valeram ao credor 2.730 euros, mas as chamadas telefónicas chegam aos 49 mil euros, mais juros de mora.

terça-feira, março 21, 2006

CO-INCINERAÇÃO

A Comissão de Acompanhamento Ambiental (CAA) da Secil/Outão anunciou ontem que vai continuar atenta à gestão ambiental da cimenteira, remetendo para mais tarde nova tomada de posição caso a empresa decida equacionar a queima de resíduos industriais perigosos (RIP).

Em comunicado, a comissão diz ter sido informada a semana passada pela administração da Secil de que a empresa não foi contactada no sentido de se proceder à queima de RIP e que apenas tomou conhecimento dessa intenção do Governo pela comunicação social.

Segundo a CAA, a administração da Secil reiterou, também, o compromisso de avisar de imediato a comissão, caso venha a ponderar a queima de resíduos industriais perigosos na fábrica do Outão.

"A CAA estranha que o governo tivesse anunciado a realização de testes de queima de resíduos perigosos a breve prazo na cimenteira do Outão, sem ter consultado previamente a administração da empresa", refere o comunicado.

Apesar de se confessarem surpreendidos pela decisão do governo de anunciar a co-incineração de resíduos perigosos sem uma conversa prévia coma administração da Secil, os elementos que integram a comissão prometem continuar a desenvolver o seu trabalho no acompanhamento da queima de resíduos banais.

Fernando Cunha, da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal, uma das entidades que integram a CAA, adverte, no entanto, que os membros daquele órgão fiscalizador decidirão o que fazer, caso se verifique uma alteração das posições anteriormente manifestadas pela empresa cimenteira.

"Se a Secil decidir equacionar a queima de resíduos perigosos, nessa altura decidiremos o que fazer porque isso representa uma alteração das intenções da empresa", disse.

No que respeita à saída anunciada das três Juntas de Freguesia e da Câmara Municipal de Setúbal, Fernando Cunha escusou-se a fazer qualquer comentário, alegando que a autarquia já comunicou a intenção de sair, mas que a mesma "ainda não foi aprovada em acta pela Comissão de Acompanhamento Ambiental".

Além da previsível oposição de alguns membros da Comissão de Acompanhamento Ambiental, a administração da Secil e o governo terão ainda de enfrentar a oposição de muitos setubalenses que, entretanto, já reactivaram o Movimento de Cidadãos Pela Arrábida.

O movimento, que integra dezenas de personalidades locais de diversos quadrantes políticos e sociais, foi constituído no final da década de 90 para lutar contra a co-incineração de resíduos perigosos na cimenteira situada em pleno Parque Natural da Arrábida.

O ministro do Ambiente, Nunes Correia, anunciou no princípio do mês que os primeiros testes de co-incineração de resíduos industriais perigosos deveriam começar no prazo de três a seis meses nas cimenteiras de Souselas (Coimbra) e Outão (Setúbal).

De acordo com o ministro, que falava na apresentação de um novo relatório da comissão que estudou o destino final para os RIP, a co-incineração naqueles dois locais entrará em "velocidade de cruzeiro dentro de um ano".

Os ambientalistas consideram que a co-incineração só deverá ser a solução adoptada para cerca de 10 por cento dos resíduos perigosos, resultantes das operações de pré-tratamento efectuadas nos Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos (Cirver).

Segundo números da Quercus, a regeneração seria o destino a dar a 50 mil toneladas de óleos lubrificantes e a 15 mil toneladas de solventes, enquanto os Cirver tratariam 185 mil toneladas de RIP.

segunda-feira, março 20, 2006

AMBIENTALISTAS E POPULARES REVIVEM A 1ª MANIFESTAÇÃO 30 ANOS DEPOIS

Ambientalistas de vários pontos do país e populares de Ferrel relembraram ontem os 30 anos do primeiro movimento anti-nuclear do país e reafirmaram a sua oposição a uma nova tentativa de construção de uma central nuclear em Portugal.

Mais de duas centenas de pessoas concentraram-se ontem ao fim da manhã em Ferrel após o que rumaram de automóvel ao "Moinho Velho", local onde há 30 anos decorriam trabalhos preparatórios para a construção de uma central nuclear.

A 15 de Março em 1976, os 1500 habitantes de Ferrel também se deslocaram a este local, situado a cerca de quatro quilómetros da aldeia, e conseguiram impedir o avanço dos trabalhos.

Esta manifestação marcou início de um processo que culminaria com a desistência do projecto, tendo-se realizado até 1978 outras manifestações que contaram com o apoio de organizações ambientalistas internacionais.

O eurodeputado Miguel Portas participou na concentração e considerou que o nuclear é uma "péssima solução".

Comentando um estudo de opinião publicado sábado no semanário Expresso segundo o qual 51,7 por cento dos eleitores é favorável à construção da central, o eurodeputado disse que "o assunto tem estado fora da agenda e as pessoas sentem o problema do preço do petróleo".

"Quando lhes acenam com uma solução do tipo D. Sebastião a primeira reacção habitual em Portugal é esta. A segunda é a de pensar e quando as pessoas começam a pensar as opiniões das sondagens também mudam", vaticinou.

Miguel Portas frisou ainda que "o projecto (de Patrick Monteiro) não tem pernas para andar e não resolve nenhum problema".

"O problema resolve-se com menos dinheiro e mais rapidamente só poupando e aumentando a eficiência do uso da energia que temos", defendeu o eurodeputado do Bloco de Esquerda.

O presidente da associação ambientalista Quercus, Hélder Spínola, frisou entretanto que "é preciso chamar a atenção quanto às alternativas que são mais sustentáveis e que representam uma melhor viabilidade para o país e que passam por melhorar a eficiência energética e por apostar nas energias renováveis".

No "Moinho Velho", jovens activistas do não ao nuclear escreveram várias faixas com frases a favor das energias renováveis.

No local para onde estava prevista a central os campos encontram-se ontem cultivados com produtos hortícolas.

Os 150 hectares permanecem terrenos baldios, mas são ocupados por uma centena de agricultores.

Souselas Exige Estudo sobre Situação Ambiental antes do Avanço da Co-incineração

No final da reunião de ontem entre o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) Centro e os habitantes de Souselas, o presidente da Junta de Freguesia local, João Pardal, exigiu que as autoridades avancem, antes da co-incineração, com um estudo sobre a situação ambiental da freguesia.

Em declarações à Rádio Renascença, o responsável defendeu o princípio da transparência, ou seja, que «as autoridades do ambiente, a começar pela Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional faça um diagnóstico ambiental e que torne público o relatório tal como fez a Administração Regional de Saúde. Ficamos esclarecidos e, de uma vez por todas, ficamos a saber se as pessoas vivem num bom ou mau ambiente».

domingo, março 19, 2006

Comemorações dos 30 Anos da Luta contra o Nuclear em Ferrel





quarta-feira, março 15, 2006

MOVIMENTO ANT-NUCLEAR

Passados 30 anos sobre a sublevação da população de Ferrel contra a instalação de uma central nuclear junto à população, o tema volta a estar na agenda dos técnicos e dos políticos, desde já é necessário dizer NÃO, face à actual crise energética o nuclear não é solução, é mais um problema.No dia 15 de Março de 1976, a população da aldeia de Ferrel, concelho de Peniche fez tocar a rebate o sino da capela e dirigiu-se em peso para o lugar do Moinho Velho, onde já se tinha iniciado os trabalhos preparatórios da instalação daquela que seria a primeira central nuclear em Portugal, este acontecimento é um marco importante na luta do anti-nuclear no nosso país, a projecção mediática que teve a nível nacional e internacional despertou as consciências, trazendo à liça algumas personalidades importantes, e todos juntos conseguiram o abandono do projecto.Recentemente, sob a desculpa da procura de soluções para a actual crise energética, resultante dos elevados preços do petróleo, foi lançado de novo em Portugal a discussão do nuclear, surgindo mesmo um senhor, um tal de Patrick Monteiro de Barros que vendo aí uma oportunidade de negócio correu a apresentar um projecto de construção de uma central nuclear.Muitas são as vozes que mais uma vez se pronunciam contra esta opção, mas infelizmente também são muitos os que estão a favor, está na altura, tal como em 1976 de o cidadão anónimo dizer o que pensa sobre o assunto, temos o direito de escolher o que queremos e o que não queremos, principalmente se o que estiver em causa for a nossa qualidade de vida e a dos vindouros.Muitos são os que dizem que a tecnologia nuclear evoluiu consideravelmente nos últimos 30 anos e que a segurança está assegurada a quase 100%, afirmando que acontecimentos catastróficos como os de Three Mile Island em 1979 e Chernobyl em 1986 são improváveis, no entanto o problema da segurança não se põe apenas com as centrais, a questão é também (talvez principalmente) colocada em relação aos resíduos resultantes da actividade, esse lixo é altamente tóxico e permanece letal para todos os tipos de vida durante largos milhares de anos.É tão importante agora, como foi no passado e certamente o será no futuro dizer bem alto que o nuclear não é uma alternativa para substituir o petróleo na produção de energia, principalmente em Portugal que actualmente já usa muito pouco petróleo para produzir electricidade e que dispõe de abundantes fontes energéticas muito mais limpas e renováveis, como é o caso do vento, do sol e das ondas, essas sim verdadeiras alternativas.Um dos argumentos usados pelos adeptos da opção nuclear é que a energia produzida dessa forma é barata, mas este enredo não poderia ser mais falacioso, nas contas desses senhores fica sempre de fora a parcela ambiental a pagar em caso de acidente, na central ou com os resíduos, o que ninguém garante ser impossível.

Esta campanha é uma acto de cidadania, não tem cariz económico nem político, pretende apenas agregar vontades e passar a palavra através da Internet a partir sitio do Projecto Ambitare ( http://www.ambitare.com ), contribuindo para a constituição de um amplo movimento contra a opção do nuclear em Portugal.

NUCLEAR - NUNCA 2

Representantes da plataforma de oposição à energia nuclear afirmaram hoje que é importante reabrir o debate em Portugal, apesar de o primeiro-ministro José Sócrates ter afastado a possibilidade da construção, a prazo, de centrais nucleares no país.

O professor do Instituto Superior Técnico (IST) Delgado Domingos defendeu, em conferência de imprensa, que "um país não pode ficar descansado apenas pelas boas intenções de um primeiro-ministro, seja ele qual for".

Segundo o especialista em energia nuclear, "um país evoluído está descansado quando tem confiança nos seus organismos, nos seus cientistas, nos seus técnicos, na sua consciência social, o que actualmente não acontece em Portugal".

Delgado Domingos referiu a importância de reabrir um debate em Portugal, "não só porque muitos dos desacreditados argumentos a favor da instalação de centrais nucleares voltam a ser invocados, mas também porque é necessário garantir desde já as condições para que esse debate seja participado e aprofundado".

"Esta forma civil de produzir energia útil é indissociável da produção de combustível para armas nucleares", propícia à ocorrência de um acidente muito grave, salientou o professor.

A comemoração dos 30 anos de luta contra o nuclear em Portugal, bem como o anúncio da criação da plataforma crítica do recurso a centrais nucleares em Portugal esteve na origem desta conferência, que contou ainda com a presença de representantes da Associação Nacional de Conservação da Natureza (QUERCUS), do Grupo de Acção e Intervenção Ambiental (GAIA) e da Associação de defesa do Ambiente.

No dia 19 de Março é esperada, em Ferrel (concelho de Peniche), uma concentração de comemoração dos 30 anos de luta contra o nuclear em Portugal.

terça-feira, março 14, 2006

Sobreendividados duplicam em 3 anos

Em 2005 recorreram aos gabinetes de apoio ao sobreendividamento da Deco 737 pessoas, enquanto em 2002 o número de solicitações foi de 379. Em 2000 apenas 152 pessoas tinham pedido ao auxílio jurídico da Deco.

Os consumidores que pedem apoio à Deco têm geralmente várias dívidas ou créditos acumulados (como casa, carro e mobília ou férias), disse Graça Cabral, da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor.

“A última coisa que as pessoas deixam de pagar é normalmente a casa”, acrescentou. “As investidas publicitárias de alguns bancos e sociedades financeiras para aquisições a crédito, que prometem créditos com prestações suaves sem considerarem a taxa de esforço do consumidor, não são certamente alheias a esta problemática”, comenta a Deco.

Por isso, a associação exige legislação que previna o problema do sobreendividamento, nomeadamente através de medidas que controlem os conteúdos publicitários.

Na véspera do Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, a Deco recorda também que recebe diariamente “centenas de pedidos de informações e reclamações” de consumidores. Os serviços de internet destacam-se como um dos que mais queixas recebe (3961 em 2005), sendo a Telepac e a Netcabo as empresas mais visadas.

A liderar as reclamações estão os casos de compra de bens defeituosos, nomeadamente os telemóveis, sobretudo no que toca a garantias ou troca do produto.

In Correrio da Manhã

Esta notícia, segundo me parece, demonstra que o custo de vida cada vez está pior em Portugal

sexta-feira, março 10, 2006

Que mais ira inventar a CP?

Que mais irá inventar a CP para "caçar" clientes? Ora veja o que o CM publica sobre o novo serviço da CP




"Estes espaços estão associadas ao reforço do serviço Alfa Pendular que, também a partir de segunda-feira que vem, passará a ter onze comboios em cada sentido.

A ida ao cabeleireiro será possível às segundas, quartas e sextas no comboio que parte de Lisboa às 05h55 e que chega ao Porto pelas 09h05. Às terças e quintas-feiras o cabeleireiro é substituído por um maquilhador.

Aos fins-de-semana este serviço não é concretizado. Sendo que as massagens de relaxamento, que deverão ser realizadas por especialistas do Oriente, serão efectuadas no comboio que parte de domingo a sexta-feira do Porto às 21h15 com destino a Lisboa (00h15).

A CP adianta que esta iniciativa, em fase experimental durante dois meses, “será gratuita, mediante a apresentação de um voucher de dez euros que a CP dará a todos os clientes que adquiram bilhetes para o serviço Alfa Pendular em 1.ª Classe”.

A empresa pública de comboios classifica a aposta de “inovadora” e “arrojada” na prestação do serviço prestado aos clientes. Os espaços de beleza ficarão localizados no topo da carruagem n.º 2 da Classe Conforto, junto das casas de banho e do bar. Os novos serviços repartidos pelos espaços Beauty Corner (cabeleireiro e maquilhagem) e Zen Corner (massagens) são da responsabilidade da empresa Vida é Bela.

Os utentes da CP da Classe Conforto terão por bilhete um destes serviços gratuitos. Os restantes passageiros também poderão recorrer aos espaços de beleza, embora a CP ainda não divulgue a tabela de preços. "

quarta-feira, março 08, 2006

FORA DO HABITUAL


Como hoje não tinha nada para escrever re solvi deixar esta foto que ontem tirei para que possam ver aqui algo fora do habitual, aproveitem.

terça-feira, março 07, 2006

WWF: UE FINANCIA A DESTRUIÇÃO DA NATUREZA

O financiamento comunitário de projectos de desenvolvimento na União Europeia está a ameaçar a sobrevivência de animais em extinção, como o lince ibérico ou o urso castanho, denunciou a WWF.

A União Europeia cede dinheiros para a construção de estradas e caminhos-de-ferro, de barragens e sistemas de irrigação que contradizem os objectivos de conservação da natureza delineados pelo próprio bloco de países europeus.

«A Europa tem que assumir responsabilidade pelas suas próprias espécies, mas presentemente a União Europeia está a utilizar os seus fundos tanto para apoiar a biodiversidade como para a sabotar», disse Stefanie Lang, da WWF.

As conclusões da organização encontram-se no relatório “Conflicting EU Funds”, onde se referem vários casos negativos. Portugal não escapou e a WWF aponta o dedo à má gestão de fundos e ao declínio das florestas de sobreiros.

A organização apelou à União Europeia para que sejam retirados os fundos concedidos aos projectos que entram em conflito com interesses ambientais. «Se queremos preservar a herança nacional remanescente da Europa, que é essencial para a prosperidade económica a longo prazo, a UE não pode dar-se ao luxo de continuar a financiar a destruição de habitats», afirmou Gerald Dick, da WWF.

segunda-feira, março 06, 2006

Cardeal exorta fiéis contra leis

Na primeira catequese da Quaresma, o bispo exortou os fiéis a serem “objectores de consciência” quando estiverem em causa valores fundamentais. “Nem tudo o que é legal é moral. Pode haver leis civis, que se os cristãos as aplicarem a si mesmos, pecam, ofendendo gravemente a Deus."

Nada me move contra a igreja ou qualquer outa relegião, mas se esta notícia divulgada pelo CM é verdadeira, acho incrível. Com que direito o Senhor Cardeal tem que se meter com as leis de um Estado que é laico e exorta os católicos a não respeitarem as leis com que a igreja não concorda ? Que seria se todas as relegiões com implantação em Portugal deassem os mesmos conselhos aos seus fiéis? Quanto a mim seria a anarquia completa.

sábado, março 04, 2006

"Borlista" Profissional





O checo Josef Panuska é um verdadeiro “penetra” e, quando menos se espera, aparece nos grandes eventos desportivos, depois de ter iludido a segurança, passando por porteiros, vigilantes, sistemas de vídeo.

Mas não o faz só para assistir pois, de quando em vez, participa. E não se fica por provas ou palcos de quinta categoria, ou sem categoria nenhuma, género “suba o poste ensebado e ganhe o presunto”.

A sua última aventura levou-o a fazer a corrida de fundo, 50 quilómetros, nos Jogos Olímpicos de Inverno’2006, em Itália. Foi fácil: roubou o dorsal a uma atleta japonesa, equipou-se a rigor e lá foi. Levou 7 horas e 54 minutos a percorrer a distância e ao cortar a meta espantou toda a gente, assistentes, polícia, organização, comissários e quem mais lá estava.

Em declarações ao jornal checo “Sport” hoje publicado e citado pela agência “France Press”, afirmou não pretender a “glória”, mas apenas “disputar a mais longa prova olímpica”.

sexta-feira, março 03, 2006

SEM COMENTÁRIOS!!!!!!!


A co-incineração de resíduos industriais banais (RIB) e perigosos (RIP) poderá ser feita noutras unidades industriais além das cimenteiras, segundo a Comissão Científica Independente que foi encarregada pelo Governo de reavaliar este processo.

A Comissão recomenda, no relatório hoje divulgado, "que seja permitida nos termos da lei a co-incineração de RIB e RIP em outras unidades industriais para além das cimenteiras", dependendo das temperaturas usadas, do tipo de resíduos autorizados, da tecnologia e da obtenção de licenças de controlo e prevenção da poluição (IPPC).

A CCI concluiu ainda que todas as cimenteiras portuguesas têm condições para obter autorização para queimar lixo industrial perigoso ou banal, dado que praticam as melhores tecnologias disponíveis e se encontram certificadas a nível industrial.

O relatório apontou igualmente algumas alterações que suscitaram, nos últimos anos, uma expansão da incineração em geral e da co-incineração em cimenteiras e fornos de cal.

Entre estas, conta-se o aumento do custo da energia petrolífera, a entrada em vigor do protocolo de Quioto, as restrições para deposição de lixo orgânico em aterros e estudos que demonstram o carácter mais amigável para o ambiente da co-incineração.

Quanto às tecnologias alternativas, como as dos Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos (CIRVER), "são eficazes para resíduos inorgânicos e poderão reciclar ou regenerar alguns resíduos orgânicos", mas uma fracção significativa deverá ser destruída por queima.

quinta-feira, março 02, 2006

NUCLEAR - NUNCA

Reino Unido: Cientistas Consideram Energia Solar Mais Eficiente que a Nuclear

Para os cientistas da Imperial College London, a prioridade do Governo do Reino Unido, no planeamento da produção futura de energia, deverá ser a energia solar e não a nuclear.

Num artigo publicado na edição de ontem da revista Nature Materials, os cientistas, desafiando os apologistas da energia nuclear, sublinharam que a opção fotovoltaica, a conversão directa da luz solar em electricidade, pode alcançar e até ultrapassar a produção actual da indústria nuclear, antes que qualquer novo reactor possa começar a operar.

Os pesquisadores salientaram, ainda, que «o Reino Unido poderia produzir 12 gigawatts de electricidade solar, até 2023, se expandisse a produção em 40% ao ano», lemos no Estadão Online.

Keith Barnham, professor no Imperial College London, reforçou que «o Sol é a nossa maior fonte de energia sustentável. Enquanto as investigações sobre a energia nuclear continuam, a solar vai-se transformar numa foram cada vez mais eficiente e barata de atingirmos as nossas necessidades energéticas».

quarta-feira, março 01, 2006

UM BOM EXEMPLO

A Junta de Freguesia de Souselas, em Coimbra, ameaçou segunda-feira recorrer aos tribunais para impedir a co-incineração de resíduos industriais perigosos (RIP) na cimenteira local.

O ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, Nunes Correia, revelou segunda-feira que o Governo vai relançar sexta-feira a co-incineração dos RIP em cimenteiras, apoiando-se num relatório da Comissão Científica Independente (CCI).

Em declarações à agência Lusa, o presidente da junta, o biólogo João Pardal, lembrou que "a população de Souselas está doente, como prova um estudo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro", divulgado através da Internet no dia 16 de Fevereiro.

Citado pelo Diário Económico, Nunes Correia disse que o relatório pedido à CCI, entregue ao Governo a 07 de Janeiro, confirma que a queima nos fornos das cimenteiras "é o melhor método" para eliminar os resíduos perigosos.

De acordo com o ministro do Ambiente, o estudo "mostra que qualquer cimenteira está pronta, mas Outão (Setúbal) e Souselas (Coimbra), como já têm testes realizados, têm meio caminho andado" e são "bons candidatos" para efectuar a co-incineração.

"Como é possível ser ainda equacionado trazer a co-incineração para Souselas, continuando o Governo a massacrar a população com uma teimosia?", questionou o autarca, também presidente da Associação de Defesa do Ambiente se Souselas (ADAS).

Anunciando que a Junta de Souselas deverá recorrer aos tribunais para defender a saúde e a qualidade ambiental das populações, João Pardal disse que "está a ser estudada" a entrega de uma providência cautelar para impedir o tratamento dos RIP na fábrica da Cimpor, que labora na freguesia desde 1973.

A população de Souselas apresenta uma "prevalência padronizada das doenças respiratórias" duas vezes superior à média da Região Centro, segundo o referido estudo da ARS, designado saúde Centro 2005.

O estudo incidiu sobre a população adulta da região, inscrita nos 109 Centros de Saúde que integram a ARS-Centro, tendo como objectivo a sua caracterização relativamente a patologias, comportamentos e estilo de vida.

De acordo com a investigação, 12,9 por cento da população daquela freguesia, a norte de Coimbra, apresenta "prevalência padronizada das doenças respiratórias", contra 5,8 por cento da média do centro do país.

O mesmo estudo concluiu que os habitantes daquela freguesia apresentam uma percentagem quase três vezes superiores à média da região no que respeita a "bronquite crónica, doenças pulmonares crónicas obstrutivas".

Quanto à prevalência de doenças tumorais, a população de Souselas tem uma taxa de 6,1 por centro, mais do dobro dos 2,8 por cento registados no resto da região centro.

Relativamente às patologias endócrinas, os souselenses voltam a estar na frente com 14,2 por centro, contra 10,1 por cento da média regional.

"Este estudo vem demonstrar que a população está doente e provar que existe em Souselas défice de qualidade ambiental", reafirmou João Pardal.

Para o presidente da Junta de Freguesia, eleito pela coligação "Por Coimbra" (PSD-CDS-PPM), "o Governo devia estar a pensar era num plano de requalificação ambiental, já que um organismo do Estado - a ARS do Centro - concluiu que a população está doente".

"Exigimos um plano de intervenção ao nível da saúde e em complementaridade um processo de requalificação ambiental", sublinhou.

In Lusa

Se o fizer a Junta de Freguesia de Souselas dá um bom exemplo do que é o poder local.

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