AMBIENTALISTAS E POPULARES REVIVEM A 1ª MANIFESTAÇÃO 30 ANOS DEPOIS
Ambientalistas de vários pontos do país e populares de Ferrel relembraram ontem os 30 anos do primeiro movimento anti-nuclear do país e reafirmaram a sua oposição a uma nova tentativa de construção de uma central nuclear em Portugal.
Mais de duas centenas de pessoas concentraram-se ontem ao fim da manhã em Ferrel após o que rumaram de automóvel ao "Moinho Velho", local onde há 30 anos decorriam trabalhos preparatórios para a construção de uma central nuclear.
A 15 de Março em 1976, os 1500 habitantes de Ferrel também se deslocaram a este local, situado a cerca de quatro quilómetros da aldeia, e conseguiram impedir o avanço dos trabalhos.
Esta manifestação marcou início de um processo que culminaria com a desistência do projecto, tendo-se realizado até 1978 outras manifestações que contaram com o apoio de organizações ambientalistas internacionais.
O eurodeputado Miguel Portas participou na concentração e considerou que o nuclear é uma "péssima solução".
Comentando um estudo de opinião publicado sábado no semanário Expresso segundo o qual 51,7 por cento dos eleitores é favorável à construção da central, o eurodeputado disse que "o assunto tem estado fora da agenda e as pessoas sentem o problema do preço do petróleo".
"Quando lhes acenam com uma solução do tipo D. Sebastião a primeira reacção habitual em Portugal é esta. A segunda é a de pensar e quando as pessoas começam a pensar as opiniões das sondagens também mudam", vaticinou.
Miguel Portas frisou ainda que "o projecto (de Patrick Monteiro) não tem pernas para andar e não resolve nenhum problema".
"O problema resolve-se com menos dinheiro e mais rapidamente só poupando e aumentando a eficiência do uso da energia que temos", defendeu o eurodeputado do Bloco de Esquerda.
O presidente da associação ambientalista Quercus, Hélder Spínola, frisou entretanto que "é preciso chamar a atenção quanto às alternativas que são mais sustentáveis e que representam uma melhor viabilidade para o país e que passam por melhorar a eficiência energética e por apostar nas energias renováveis".
No "Moinho Velho", jovens activistas do não ao nuclear escreveram várias faixas com frases a favor das energias renováveis.
No local para onde estava prevista a central os campos encontram-se ontem cultivados com produtos hortícolas.
Os 150 hectares permanecem terrenos baldios, mas são ocupados por uma centena de agricultores.
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