ANTÁRTIDA: DESCOBERTA DE RIOS SUBTERRÂNEOS DEBAIXO DO GELO
Uma equipa de cientistas do Reino Unido descobriu grandes rios que correm a centenas de quilómetros de profundidade debaixo do s gelos da Antártida, informou ontem a revista britânica "Nature".
A equipa, dirigida por Duncan Wingham, do University College de Londres (UCL), constatou que esses rios, do tamanho do Tamisa (346 quilómetros de extensão), ligam a rede dos chamados "lagos subglaciares".
A descoberta deita por terra a teoria tradicional de que esses lagos, formados por depósitos de água doce, evoluíram sem contacto com a atmosfera desde há centenas de milhões de anos.
"Pensava-se anteriormente que a água se movia debaixo do gelo devido a infiltrações muito lentas", disse o director do estudo, em que também participaram as universidades de Bristol e Cambridge.
Porém, esta investigação - baseada em medições muito precisas obtidas com os radares do satélite ERS-2, da Agência Espacial Europeia (ESA) - prova que os lagos subglaciares geram "fluxos que percorrem distâncias muito grandes", sublinhou Whingham.
Esses lagos eram considerados até agora "cápsulas de tempo" que datavam do período em que o continente antárctico começou a congelar-se.
Acreditava-se que essas bolsas de água conteriam espécies vivas únicas que ajudariam a estudar a possibilidade da existência de vida em condições extremas, como as de outros planetas.
Até agora já foram descobertos mais de 150 lagos subglaciares, mas os cientistas suspeitam que possam existir milhares.
A maior bolsa de água encontrada na Antártida, o chamado Lago Vostok - com 250 quilómetros de comprimento, 40 quilómetros de largura e 400 metros de profundidade - contém líquido suficiente para abastecer uma cidade como Londres durante 5.000 anos.
A agência espacial dos Estados Unidos (NASA) e a Academia das Ciências da Rússia estão a planear realizar perfurações para obter amostras de água do lago, de modo a comprovar se conterá algum tipo de vida.
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