quarta-feira, agosto 08, 2007

Sem Titúlo

Recebi este artigo por mail epor o achar interessante e com alguma impotâcia vou reproduzi-lo aqui.

> António Barreto faz o retrato de Sócrates.
>
> Magistralmente explicado por António Barreto, o perfil ditatorial do
> actual primeiro ministro.
>
> Passe por favor este email, contribuindo assim para a
> consciencialização das pessoas do perigo que se avizinha para a
> democracia em Portugal.
>
> Sócrates o ditador
>
> por António Barreto
>
> «A saída de António Costa para a Câmara de Lisboa pode ser
> interpretada de muitas maneiras. Mas, se as intenções podem ser
> interessantes, os resultados é que contam.
>
> Entre estes, está o facto de o candidato à autarquia se ter afastado
> do governo e do partido, o que deixa Sócrates praticamente sozinho à
> frente de um e de outro. Único senhor a bordo tem um mestre e uma
> inspiração. Com Guterres, o primeiro-ministro aprendeu a ambição
> pessoal, mas, contra ele, percebeu que a indecisão pode ser fatal.
>
> A ponto de, com zelo, se exceder: prefere decidir mal, mas
> rapidamente, do que adiar para estudar. Em Cavaco, colheu o desdém
> pelo seu partido. Com os dois e com a sua própria intuição
> autoritária, compreendeu que se pode governar sem políticos.
>
> Onde estão os políticos socialistas? Aqueles que conhecemos, cujas
> ideias pesaram alguma coisa e que são responsáveis pelo seu passado?
> Uns saneados, outros afastados. Uns reformaram-se da política, outros
> foram encostados. Uns foram promovidos ao céu, outros mudaram de
> profissão. Uns foram viajar, outros ganhar dinheiro. Uns desapareceram
> sem deixar vestígios, outros estão empregados nas empresas que
> dependem do Governo. Manuel Alegre resiste, mas já não conta.
>
> Medeiros Ferreira ensina e escreve. Jaime Gama preside sem poderes.
> João Cravinho emigrou. Jorge Coelho está a milhas de distância e vai
> dizendo, sem convicção, que o socialismo ainda existe. António
> Vitorino, eterno desejado, exerce a sua profissão.
>
> Almeida Santos justifica tudo. Freitas do Amaral reformou-se. Alberto
> Martins apagou-se. Mário Soares ocupa-se da globalização. Carlos César
> limitou-se definitivamente aos Açores. João Soares espera. Helena
> Roseta foi à sua vida independente. Os grandes autarcas do partido
> estão reduzidos à insignificância. O Grupo Parlamentar parece um
> jardim-escola sedado. Os sindicalistas quase não existem. O actual
> pensamento dos socialistas resume-se a uma lengalenga pragmática,
> justificativa e repetitiva sobre a inevitabilidade do governo e da
> luta contra o défice. O ideário contemporâneo dos socialistas
> portugueses é mais silencioso do que a meditação budista. Ainda por
> cima, Sócrates percebeu depressa que nunca o sentimento público
> esteve, como hoje, tão adverso e tão farto da política e dos
> políticos. Sem hesitar, apanhou a onda.
>
> Desengane-se quem pensa que as gafes dos ministros incomodam Sócrates.
> Não mais do que picadas de mosquito. As gafes entretêm a opinião,
> mobilizam a imprensa, distraem a oposição e ocupam o Parlamento. Mas
> nada de essencial está em causa. Os disparates de Manuel Pinho fazem
> rir toda a gente. As tontarias e a prestidigitação estatística de
> Mário Lino são pura diversão. E não se pense que a irrelevância da
> maior parte dos ministros, que nada têm a dizer para além dos seus
> assuntos técnicos, perturba o primeiro-ministro. É assim que ele os
> quer, como se fossem directores-gerais. Só o problema da Universidade
> Independente e dos seus diplomas o incomodou realmente. Mas
> tratava-se, politicamente, de questão menor. Percebeu que as suas
> fragilidades podiam ser expostas e que nem tudo estava sob controlo.
> Mas nada de semelhante se repetirá.
>
> O estilo de Sócrates consolida-se. Autoritário. Crispado. Despótico.
> Irritado. Enervado.
>
> Detesta ser contrariado. Não admite perguntas que não estavam
> previstas. Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber.
> Deseja ter tudo quanto vive sob controlo.
>
> Tem os seus sermões preparados todos os dias. Só ele faz política,
> ajudado por uma máquina poderosa de recolha de informações, de
> manipulação da imprensa, de propaganda e de encenação. O verdadeiro
> Sócrates está presente nos novos bilhetes de identidade, nas
> tentativas de Augusto Santos Silva de tutelar a imprensa livre, na
> teimosia descabelada de Mário Lino, na concentração das polícias sob
> seu mando e no processo que o Ministério da Educação abriu contra um
> funcionário que se exprimiu em privado. O estilo de Sócrates está
> vivo, por inteiro, no ambiente que se vive, feito já de medo e
> apreensão. A austeridade administrativa e orçamental ameaça a
> tranquilidade de cidadãos que sentem que a sua liberdade de expressão
> pode ser onerosa. A imprensa sabe o que tem de pagar para aceder à
> informação. As empresas conhecem as iras do Governo e fazem as contas
> ao que têm de fazer para ter acesso aos fundos e às autorizações.
>
> Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente competentes e
> sem oposição à altura, Sócrates trata de si. Rodeado de adjuntos
> dispostos a tudo e com a benevolência de alguns interesses económicos,
> Sócrates governa. Com uma maioria dócil, uma oposição desorientada e
> um rol de secretários de Estado zelosos, ocupa eficientemente, como
> nunca nas últimas décadas, a Administração Pública e os cargos
> dirigentes do Estado. Nomeia e saneia a bel-prazer. Há quem diga que o
> vamos ter durante mais uns anos. É possível. Mas não é boa notícia. É
> sinal da impotência da oposição. De incompetência da sociedade. De
> fraqueza das organizações. E da falta de carinho dos portugueses pela
> liberdade

Estou