sábado, julho 14, 2007

A Portela Deve Continuar, defende o Partido da Terra

Partido da Terra defende manutenção da Portela

Participantes na conferência do Movimento Partido da Terra (MPT), defenderam que o ruído e a insegurança não são razões para fechar o aeroporto de Lisboa

Sobre a possibilidade de uma catástrofe, no caso de um avião comercial se despenhar sobre Lisboa, membros da lista liderada por Pedro Quartin Graça, disseram a que a probabilidade baixou, em 20 anos, de 2,5 para 0,6 por milhão de aviões que sobrevoam a cidade.

Tanto o professor universitário Mendo Castro Henriques como o engenheiro civil Frederico Botas de Carvalho, ambos candidatos na lista do MPT, acentuaram que também no caso do ruído o efeito é hoje muito inferior devido aos motores mais silenciosos utilizados pelas aeronaves comerciais de última geração.

Castro Henriques afirmou que a questão do ruído produzido pelas operações do aeroporto não atingem toda a cidade mas cerca de 35 mil pessoas que residem nos chamados cones de aproximação dos aviões.

Frederico Carvalho reconheceria, por seu lado, que «seria difícil construir hoje um aeroporto na Portela devido ao ruído», mas acentuou também o facto dos novos motores usados na aeronáutica serem mais silenciosos.

«Ouvem-se, mas sem o nível de dor que se sentia há 20 anos», disse o técnico, especialista em projectar estruturas aeroportuárias.

Outra questão que ajudaria a reduzir o efeito sonoro seria a possibilidade de os aviões que necessitam de menos pista para aterrar tocarem a pista a meio e não no início como acontece actualmente, defendeu.

A pista principal da Portela tem mais de quatro quilómetros e os aviões de nova geração, incluindo os que são usados pelas empresas de voos de baixo custo (low cost) apenas precisam de 2,2 quilómetros para se imobilizarem, explicou o engenheiro.

Assim, se fosse possível aquelas aeronaves aterrarem apenas a partir de meio da pista, isso permitiria que sobrevoassem a cidade a uma altura superior a mais do dobro do que fazem actualmente, com a consequente diminuição de ruído.

De resto, a condenação da construção de um novo aeroporto na OTA foi severamente criticada, tendo Castro Henriques classificado a ideia como um «embuste», já que a Portela está longe de estar esgotada e um novo aeroporto naquela localidade pouco mais capacidade teria que o actual.
Com a ampliação da área de estacionamento, a Portela, que atinge os 40 lugares actualmente, ficará com capacidade para 60 aeronaves na placa, número que será muito pouco superior na OTA, reforçou Frederico Carvalho.

Outro aspecto reforçado pelos defensores do actual aeroporto de Lisboa é a sua capacidade estar longe de esgotada. Presentemente, a média de aterragens e descolagens é de 36 por hora, enquanto a capacidade pode ir até aos 44, 45 movimentos, sustentaram.

Há alturas (slots) para aterrar e deslocar ao longo de todo o dia, ao contrário do que sucede nalguns aeroportos europeus, já atingidos pela saturação e sem «furos» para mais movimentos, acrescentaram os candidatos do MPT.

O cabeça-de-lista, Quartin Graça fez questão de salientar o empenho que a sua candidatura pôs na questão do aeroporto, recordando que a primeira e última iniciativas da campanha foram sobre o tema.

Lusa/SOL

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