terça-feira, julho 24, 2007

Reflexão

Passaram mais de 8 dias da realização das eleições intercalares para a Câmara de Lisboa. Nestes dias e durante a campanha li vários artigos de vários analistas, ouvi debates e verifiquei que os média de independentes não têm nada.

Durante a campanha o espaço dado pela imprensa, rádio e TV aos grandes partidos e grupos de independentes foi gritante. Mesmo a TV pública, apesar de ser a única estação a fazer um debate a 12 deu muito mais tempo de intervenção aos candidatos das grandes forças partidárias e independentes do que aos restantes cinco (pequenos partidos) que mal começavam a falar era-lhes pedido para ser sucintos, quando não se lhes tentava cortar a palavra. A SIC e a TVI praticamente não deram qualquer cobertura à campanha dos “pequenos”, exceptuando no penúltimo dia que passaram cerca de 30 segundos para cada um nos Telejornais. A SIC realizou um debate a 7, ignorando as restantes candidaturas baseando-se em critérios jornalísticos que deixam muitas dúvidas de isenção e que estão nitidamente a infringir a lei eleitoral.

Helena Roseta queixou-se de ter sido prejudicada pelos órgãos de comunicação social, então que dirão o MRPP, o MPT, o PPM, o PND e o PNR que nas privadas e na imprensa quase não eram referidos. Como é que a mensagem destes partidos pode passar? Como é que o eleitor pode conhecer devidamente as ideias de todos e votar com plena consciência? Responda quem souber.

Quanto aos resultados, alguns pontos me chamaram a atenção e que acho que devem merecer a atenção do eleitor em geral:

1 – António Costa e o PS clamaram uma grande victória, mas qual? Então apesar de vencerem não tiveram menos votos que nas últimas eleições para a CML? É certo que venceram, mas porque a maioria do eleitorado, resolveu não votar para demonstrar que está farto destas politicas

2- O 2º lugar do Engº. Carmona só veio demonstrar que o eleitor não acreditou que a sua gestão tenha sido a causadora principal da situação financeira da Câmara.

3º - O PSD foi bem penalizado por ter precipitado estas eleições intercalares e pelos erros sucessivos da liderança de Marques Mendes.

4º - O desaparecimento do CDS/PP da CML, perdendo o seu vereador parece-me dever-se às lutas internas deste força partidária e à fraqueza dos anteriores e actuais dirigentes, que se traduziram numa forte penalização

A CML nestes dois anos vai ser de governação quase impossível, pois um PS com maioria relativa e com uma Assembleia Municipal com maioria absoluta do PSD de certeza que vai ser uma guerra constante. O Munícipe é que vai sofrer e ver que as muitas promessas agora feitas não vão ser cumpridas, até porque o tempo é curto e a situação da Câmara não é fácil.

Esperemos para ver o que vai suceder e que daqui a dois anos o eleitorado possa fazer uma escolha consciente e que nessa altura não se abstenha e quem sabe possa vir a dar a oportunidade a alguns que nunca tiveram qualquer responsabilidade na gestão da cidade. Quem sabe se nessas forças não estará o futuro.

A terminar, eu, não acredito em movimentos independentes, liderados por gente que se zangou com os seus partidos. Qual o seu grau de independência ? que pretendem? Suponho que é não perderem protagonismo, o que não me dá qualquer tipo de confiança

Estou