segunda-feira, abril 16, 2007

Marinha Grande a cidade mais poluída do Centro

A Universidade de Aveiro realizou um estudo sobre a Marinha Grande que indica que a cidade é a mais poluída da região Centro, devido à presença de inúmeras fábricas, principalmente de vidro, no centro.

Os habitantes da Marinha Grande habituaram-se a viver à volta destas fábricas, até porque muitos deles dependem delas e, por isso, os problemas de poluição não têm sido uma prioridade. Nos últimos anos, contudo, já se registaram tentativas de deslocalizar a indústria para a periferia.

O trabalho da Universidade de Aveiro mostra que a Marinha Grande apresenta uma concentração de partículas muito elevada de 50 microgramas por metro cúbico, que está perto do limite legal. No entanto, autarquia e empresários já disseram não acreditar nas conclusões do estudo.

O presidente da Associação Industrial de Cristalaria, Carlos Martins, disse que «as empresas fazem tudo para cumprir a legislação», mas admitiu que «a poluição existe». «As regras são cada vez mais restritas e, ao nível da União Europeia, estão a ser negociados novos valores. As empresas vão-se adaptando, seja com filtros ou electrofiltros».

Apesar de não concordarem, em primeira análise, com o estudo científico divulgado, os empresários disseram que vão aguardar pela documentação final, que «será analisada» para depois se avaliarem medidas adequadas.

O presidente da Câmara, João Barros Duarte, disse ter também «algumas dúvidas sobre esse estudo», até porque a autarquia não foi contactada no seu âmbito e «não foi instalado na cidade nenhum equipamento que pudesse auxiliar o trabalho de investigação».

A própria Câmara Municipal está a preparar uma investigação sobre a qualidade do ar na Marinha Grande, contando com a parceria das vidreiras e do Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro de Coimbra.

Seja como for, João Barros Duarte, garantiu que, «se houver motivos para grande preocupação, pediremos uma audiência ao ministro do Ambiente» e, para já, vai alertar os empresários para a necessidade de «cuidados ambientais acrescidos» por estarem situados dentro da cidade.

O presidente da associação ambientalista Oikos, Nuno Carvalho, reconheceu «o esforço das empresas em oferecer garantias ambientais», sendo que «algumas já têm certificação». O responsável aproveitou para referir que o trânsito automóvel é também um importante factor de poluição.

Estou