quarta-feira, fevereiro 01, 2006

MAIS UMA QUE A SER VERDADE MOSTRA BEM A FALTA DE MORALIDADE

O episódio passou despercebido à maioria do pessoal ... .... pelo que aqui vai a epopeia da Neide com bacalhau e tudo :

A Neide é uma brasileira que estava sossegada a servir às mesas do restaurante "Sr Bacalhau" do Colombo em Lisboa. Ao tasco, ia almoçar amiúde, o Sr Dr Ernesto Moreira, Director do Departamento de Administração Geral do Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça, ufa!

O nosso Ernesto engraçou com a Neide do Bacalhau, e mais bacalhauzada menos bacalhauzada, o bom do Ernesto viu que por ali a Neide era mal empregada. Avaliou aquilo de alto a baixo, e zás, concluiu que faltava Neide no património do Estado Português.

E se bem a mastigou, melhor a comeu.

Sugeriu então à Neide um lugarzito, mandou-a concorrer e seleccionou-a. A Neide foi então "Requisitada pelo Estado" por despacho estatal e publicado em Diário da República, sem qualquer concurso público, que foi dispensado, dada a urgência e supremo interesse que o Estado tinha na Neide. A nossa Neide saltou assim do bacalhauzito para "Coordenadora do Departamento de Logística do Depósito Público de Vila Franca de Xira" com 1.700 mocas por mês (340 contitos, mais regalias).

O Independente achou piada à dispensa do concurso e foi ver da Neide.


E chapou com a Neide na primeira página de há 15 dias atrás.

Foi um gozo. É que os jornalistas foram ouvir o Sr Dr Ernesto Moreira, que falava do supremo interesse do Estado pela Neide e explicava juridicamente a necessidade do regime de requisição e mais, redundou que era a candidata com melhores habilitações e que tinha a experiência profissional da logística dos seis restaurantes "Sr Bacalhau". A rádio deslargou-o e telefonou à gerência do Sr Bacalhau. Que não, que Logística não serviam, a especialidade deles era mesmo bacalhau, cujos tascos eram independentes e que a Neide era uma boa empregada de mesa, sim senhores.

Voltaram ao Ernesto. O Ernesto falou de uma licenciatura em Geografia e balbuciava qualquer coisa sobre Vila Franca de Xira. Depois teve o bom senso de se calar. Isto tudo de manhã.

À tarde o Ernesto ia à vida, o Presidente do IGFPJ idem, aspas, aspas, mais um ou dois responsáveis e a Neide.

O Sócrates, acossado, mandou tudo pró olho da rua, logo na tarde da Sexta em que saiu a noticia.

Nós devíamos candidatar-nos ao Guiness mostrando ao Mundo que podemos estar sempre a bater no fundo!

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