terça-feira, janeiro 24, 2006

AQUECIMENTO DOS OCEANOS AMEAÇA PLÂNCTON

O aquecimento dos oceanos em consequência das alterações climáticas pode acabar com o plâncton, um conjunto de organismos microscópicos que são a fonte da vida marinha e absorvem boa parte de dióxido de carbono da atmosfera.

A conclusão é de um estudo publicado pela revista "Nature" realizado por uma equipa de cientistas dirigidos por Jef Huisman da Umniversidade de Amesterdão, que alerta para a possibilidade do plâncton ficar sem nutrientes.

Os cientistas receiam que esta situação tenha consequências catastróficas para todo o habitat marinho, dado que o plâncton está na base da cadeia alimentar dos animais que vivem nos oceanos.

Os animais mais pequenos, como o "krill", alimentam-se do plâncton e são por sua vez alimento de outros, de maior tamanho, como os peixes e os grandes cetáceos.

Segundo o estudo, as alterações climáticas que estão na origem do aumento da temperatura das águas da superfície dos mares também interferem no movimento ascendente dos nutrientes procedentes das profundidades oceânicas.

Estes nutrientes, que contêm nitrogénio, fósforo e ferro, são alimento essencial do fitoplâncton, e, se fôr interrompido o seu fornecimento, as plantas morrerão. Isso teria o efeito acrescentado de acabar com a absorção por via do dióxido de carbono da atmosfera.

O mar é um dos "vertedouros naturais", já que absorve o dióxido de carbono e dissolve o carbono no oceano ou deposita-o no seu leito sob a forma de resíduos orgânicos.

O abundante fitoplâncton dos oceanos absorve enormes quantidades de dióxido de carbono. Quando os organismos morrem, levam o carbono orgânico para o fundo dos oceanos, onde pode pernanecer durante milhares de anos.

O plâncton é a base da rede alimentar e, aos mesmo tempo, o fitoplâncton consome no processo de fotossíntese o dióxido de carbono que contribui para o efeito de estufa.

"A absorção do dióxido de carbono pelo fitoplâncton existente na vastidão dos oceanos contribui para diminuir o ritmo de crescimento do dióxido de carbono na atmosfera terrestre", segundo diz o professor Huisman.

Os cientistas consideravam até agora que o fitoplâncton, existente sobretudo a profundidades de aproximadamente uma centena de metros, era estável e imune ao impacto do aquecimento do planeta, uma noção que o estudo da "Nature" desmente.

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