segunda-feira, dezembro 04, 2006

366 Anos de Independência

Foi em 1 de Dezembro de 1640, faz hoje 366 anos, que, oficialmente, se restabeleceu a soberania nacional portuguesa depois de um interregno de 60 anos de domínio político espanhol.

Mas quem é que hoje se lembra deste dia? Quem se recorda daquilo que ele significa na memória deste povo? Qual o significado de sermos independentes? Independentes de quê? De quem? Para quê?

Sim! Para a grande e esmagadora maioria trata-se apenas de mais um feriado que se tem no calendário permissivo da fuga aos compromissos deste país... Mais um dia de férias, mais um dia de inactividade, mais umas horas de lazer, de triste ociosidade.

O sentido da celebração da independência, esse, foi-se perdendo aos poucos, ao mesmo tempo que se ia perdendo a própria independência, agora, porventura económica. E hoje, em boa verdade, a Espanha beneficia já de um estatuto que nunca, em tempo algum, possuiu. Nem mesmo durante os 60 anos em que dirigiu os destinos deste punhado de "lusitanos" periféricos. É que hoje limita-se, pura e simplesmente, a colher os lucros sem ter que investir minimamente acima de um nível puramente básico (pagamento de baixos salários de uma mão-de-obra barata e contratada, em muitos casos, a título precário), enquanto no período em que deteve o poder político (1580 a 1640) tinha também o encargo da gestão pública. Hoje, nem esse encargo tem! É só colher, aquilo que nós semeámos.

O domínio espanhol de hoje na economia portuguesa é gritante, chocante e sufocante para as empresas portuguesas, com grande destaque no comércio a retalho, na distribuição alimentar, na banca, na agricultura e pescas e no sector imobiliário.

Por outro lado, o consumidor português apenas se preocupa em querer comprar um produto que seja mais barato e que tenha um melhor marketing comunicacional.

Quando o povo descobrir já será tarde? Porventura...

Mas o que fará o povo quando tomar consciência de que, a pouco e pouco, com a sua inércia, com o seu auxílio diário a este estado lastimável em que a situação de dependência se encontra (por nada fazer contra esta tendência) foi tornando cada vez mais forte uma economia que nos invadiu, deitando por terra as empresas locais?

O que fará o povo quando souber que mais de 25% das poupanças nacionais são depositadas em bancos espanhóis? E para que serve esse dinheiro? Como é utilizado? Muito deste dinheiro vindo directamente das poupanças dos portugueses, pura e simplesmente, é usado para financiar directamente as empresas espanholas no simples acto de ultrapassarem e destruírem, embora lentamente, numa agonia de estertores convulsos, as empresas portuguesas. Esse dinheiro dos portugueses serve ainda para financiar a compra avassaladora de terras no Alentejo e Ribatejo por agricultores espanhóis. Para ir minando a solvabilidade e o equilíbrio de milhares de pequenas empresas que, tristemente, sem perceber esta estratégia, vão guardando as migalhas que lhes sobram deste banquete farto e que quando, um dia, derem conta, já a toalha foi sacudida e não lhe restam, sequer, mais quaisquer sobras.

O que fará o povo português quando o desemprego lhe cercear os parcos rendimentos? É que, depois de perder o domínio de vários sectores estratégicos, do comércio, da indústria, da finança, do sector energético, das telecomunicações, da posse da terra, o que restará aos portugueses?
Em cada dia que passa este domínio acentua-se e ninguém toma uma iniciativa.
É necessário tomar consciência do problema, alertar as pessoas e agir.

Mas temos de ser todos, legisladores, governo, empresários, população, consumidores, todos nós.
As nossas gerações futuras não nos vão perdoar!

Quando tiverem do outro lado da fronteira um povo que nos impede o livre acesso ao mercado europeu, que nos esmaga economicamente dominando as principais empresas dos principais sectores da economia nacional e cuja população tenha um rendimento médio quatro vezes superior ao português, então será tarde, muito tarde.

Agora, talvez ainda não, mas se agirmos já!

De uma forma activa, empreendedora!

Não comprar espanhol, consumir português!
Não podemos dar o benefício da dúvida!
Não podemos dar tréguas!

Em todos os nossos actos, na capacidade de intervenção de cada um de nós, temos que defender PORTUGAL!

Saudemos este dia 1 de Dezembro e aquilo que ele significa para Portugal!

Sem nacionalismos bacocos, mas com patriotismo sério e assumido.

Somos portugueses! Vamos defender Portugal!

Viva PORTUGAL!

Autor desconhecido

Estou